Cerca de 22 mil trabalhadores cruzaram os braços em todo o estado, interrompendo obras rodoviárias, ferroviárias e urbanas, com impacto direto na mobilidade e infraestrutura regional.
Uma greve deflagrada pelos trabalhadores da construção pesada e montagem industrial na Bahia paralisou importantes obras em andamento em diversas regiões do estado. Com início no dia 11 de junho, o movimento atinge cerca de 22 mil profissionais e já provoca atrasos significativos em empreendimentos públicos e privados, cujo investimento total ultrapassa R$ 25 bilhões.
Entre as obras afetadas estão intervenções na BR-324, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Salvador, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), barragens e urbanizações. No sul da Bahia, os efeitos da paralisação são sentidos especialmente no trecho da BA-649, que liga Ilhéus a Itabuna, além de comprometer os serviços de manutenção e recuperação asfáltica nas duas cidades.
A paralisação foi decidida após o fracasso das negociações da Campanha Salarial 2025. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial, aumento do valor da cesta básica, plano de saúde, melhoria das condições de trabalho, inclusão de mulheres nos canteiros de obras e outros direitos sociais. Apesar das rodadas com o sindicato patronal e da mediação da Superintendência Regional do Trabalho, não houve avanço nas tratativas.
O sindicato da categoria anunciou que a greve será mantida por tempo indeterminado, com mobilizações em Salvador, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Santo Estêvão, Alagoinhas, Guanambi e outros municípios. Uma nova assembleia geral está prevista para o dia 17 de junho, com atos simultâneos nos locais paralisados.
Segundo os representantes sindicais, a mobilização é um alerta para a valorização dos profissionais que atuam diretamente no desenvolvimento estrutural da Bahia. A pauta, considerada justa e necessária pela categoria, visa garantir dignidade e melhores condições de vida aos trabalhadores da construção pesada.